Susto! Zita hospitalizada!

Zita

 A Zita foi para a escola se sentindo incomodada; algo não estava bem... mesmo tentando pensar que não era nada, a dor na barriga foi piorando e as lágrimas escorriam sem parar.

Os pais preocupados a levaram no Pronto Socorro. Estavam nervosos, sem saber o que era e ela não ajudava muito, não sabia descrever o que estava sentindo.

Doía e pronto.

 E lá estavam os 3 no carro, ela atrás encolhidinha e os pais discutindo porque não tinham percebido antes...

_ passo o dia fora, você deveria ter visto; e ela foi para a escola assim... dizia o pai....

_ mas não percebi dizia a mãe mais tensa ainda, preocupada com a filha e magoada com o pai...

E a Zita ali, querendo falar – ei gente –  sou eu aqui, por favor cuidem de mim, não discutam, tô com dor...

Adultos nessas horas de tanta preocupação pelas crianças justamente se esquecem delas!

Mas o susto foi maior ainda no Pronto Socorro...

 _ A Zita tem que ser hospitalizada para realizar exames – não é grave mas requer cuidados e possivelmente uma cirurgia. Simples, mas necessária.  

Os pais emudeceram.

A Zita queria entender em meio ao desconforto, o que era exatamente um hospital, internação e cirurgia...

Uau...estava tudo tão dolorido, chato, cheio de mal estar que nem deu para pensar o que seus amigos diriam – Zita hospitalizada! Zita operada!

 E começou a aventura muito estranha e assustadora para a Zita.

Os pais divididos na preocupação e no preenchimento de fichas de internação e a mãe indo buscar roupas para ficar no hospital. E a Zita ali com a mesma dor e agora com a agonia de não saber exatamente o que estava acontecendo.

A sensação era a de estar entrando em um local desconhecido, escuro e sem saber o que ia acontecer.

Enfermeira alegre

Com certeza não é uma boa coisa pensava ela. E as coisas iam acontecendo muito rápido. Veio uma senhora muito simpática e atenciosa e os levou para um quarto. Que parecia de hotel, mas não era bem um hotel. As paredes eram claras, a cama subia e descia pés e cabeceira, com controle remoto. Mas tinha uma pia no meio do quarto meio apertadinho.

 A mesma senhora legal – a enfermeira, tirou sangue para exames, coisa que a Zita já estava acostumada. E aí a mãe chegou com camisolas, chinelinhos, escova de cabelo, de dente, uma meia prá não sentir frio nos pés.

Quando o médico entrou para explicar o que estava acontecendo, a Zita já tinha tomado um remédio prá dor. E naquela confusão toda, tudo tão diferente e assustador, ela já estava com vontade de sair de lá, voltar prá casa e fingir que não era nada...

Mas tem vezes que não dá prá fingir, não dá para querer...
as coisas acontecem.

Médico

 O médico foi legal, era alegre, falava com ela, explicava e até repetia e perguntava:

_Compreendes?

E ela ali meio encolhida, sem ter prá onde ir, querendo não escutar... mas as palavras chegavam até ela...

_ Vais tomar uma anestesia – uma injeção que te faz dormir e não vais ver nem sentir nada; quando acordar, já estarás operada.

O que é “operada”? De que? Pra que? Por que?

As perguntas estavam ali na ponta da língua e ela não conseguiu abrir a boca. Só fechou os olhos... e pode sentir um gosto estranho na boca, seca, amarga....vontade de sair correndo pro banheiro...

_ A cirurgia é necessária para que não sintas mais dor; se deixarmos assim, vai piorar. O procedimento (a tal cirurgia), é bem simples – tens o que chamamos de apendicite – inflamação do apêndice - um pedacinho de nada de dentro da barriga - inflamado.

_ Com a anestesia, dormes e com uma pequena câmara e uma pinça e uma espécie de tesourinha, tiramos o que está incomodando. Ficas um dia no hospital e pronto.

_Compreendes? …

E assim foi.

Seus pais não puderam entrar com ela, que foi levada em uma cama de rodas até o centro cirúrgico pela enfermeira. Já tinha tomado outra injeção e estava ficando calma e com vontade de dormir... passava por lugares estranhos e já nem estava vendo direito o que estava acontecendo...

Algumas horas depois a Zita estava assustada, acordando, com uma enfermeira ao lado dela. Numa sala desconhecida e não conseguia falar, a boca muito seca; e não estava vendo nem sua mamãe nem seu papai...

Quando a enfermeira que estava ao seu lado viu que estava acordando, a tratou com carinho e cuidado, explicando que já havia sido feita a cirurgia, que estava tudo bem e que seria levada para o quarto num instante. E como foi bom quando ela passou um pedacinho de gaze umedecida nos lábios secos da Zita.

Que alegria voltar pro quarto, sendo levada pelos corredores do hospital já na cama, enrolada nos cobertores, quentinha. E  mesmo um pouco tonta, ficou com vergonha de passar pelos corredores, com as pessoas olhando prá ela curiosas, entrar no elevador enorme...chegou a fechar os olhos.

 Ah que alegria  ver seus pais ali no quarto  aguardando por ela!

Parecia que terminada a operação, era só esperar um tantinho e ir embora prá casa...não foi bem assim. A preocupação com tanta novidade, o medo de enfrentar tanta coisa desconhecida fez com que a Zita se esquecesse como seria o “depois” da cirurgia.

E aí uma outra lição – de paciência – não adianta fingir que nada aconteceu ou querer por querer ir logo embora. Há o tempo da recuperação, com remédios, braço dolorido com o tal soro, desconforto...

O que mais impressionou a Zita foi de noite. Ela escutava do quarto dela vários tipos de choros... de bebezinhos, de crianças. Choros fortes ou mansinhos e doloridos. Muita tristeza...

Mas quando o dia amanheceu, ela se deu conta que estava bem melhor!  E enquanto esperava para ter “alta” (o médico avisar que ela podia ir prá casa) pensou sobre a experiência que tinha passado.

O hospital, mesmo sendo meio assustador no começo, mesmo tendo crianças que choram, é um lugar para curar pessoas.  E que o incômodo e dor – PASSA.

E a Zita se lembrou da sua psicóloga que sempre diz: “foco nas coisas boas. Foco no positivo. A tristeza e o medo não são prá sempre – passam”.

 E ela começou a imaginar como seria chegar em casa, receber os amigos, ser o centro das atenções e contar prá eles a aventura no hospital!

Zita

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